Vídeo mostra luta dos motoristas crucificados no Paraguai
Trabalhadores foram demitidos sumariamente por tentar criar Sindicato
Publicado: 28 Janeiro, 2016 - 12h42 | Última modificação: 04 Fevereiro, 2016 - 11h33
Escrito por: CUT
Um vídeo sobre a luta dos motoristas da linha 49 de Assunção, que permaneceram quatro meses crucificados em frente ao Ministério do Trabalho do Paraguai no ano passado, começa a ser divulgado nas redes sociais. Após quatro meses embaixo de lonas, expostos às intempéries e a todo tipo de abusos e repressão, o movimento conseguiu o reconhecimento da entidade.
Produzido por Nicolas Honigesz, cinegrafista da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), com apoio do jornalista Leonardo Severo, assessor da Secretaria de Relações Internacionais da CUT Brasil, integrantes da rede de comunicação da Confederação Sindical das Américas, o vídeo é parte de um documentário sobre a greve geral contra o governo do presidente Horacio Cartes, ocorrida nos dias 21 e 22 de dezembro último.
Os trabalhadores haviam iniciado um trâmite para a criação da sua entidade sindical em junho de 2015, quando foram demitidos arbitrariamente pela empresa e perseguidos pela “lista negra” que fecha as portas para todo aquele que busca seus direitos constitucionais. Com os filhos obrigados a abandonarem os estudos por falta de material escolar, vendo a fome bater à sua porta, a decisão foi tomada. Tão dolorosa e dolorida quanto inevitável, afirmaram.
Assim, desde o dia 30 de junho se mantiveram crucificados, embaixo de lonas no centro de Assunção para denunciar a criminosa ação antissindical tomada pelo dono da empresa, deputado Celso Maldonado. Contando com a imunidade emanada da cumplicidade do governo do presidente Horacio Cartes, e particularmente do seu ministro do Trabalho, Guillermo Sosa, o parlamentar-proprietário demitiu 51 trabalhadores ilegalmente. E na mesma linha de perseguição e criminalização dos movimentos sociais adotada por Cartes, os deixou sem salários nem direitos.
Após uma ampla pressão que envolveu o conjunto das centrais sindicais e a ação solidária da sociedade, o governo reconheceu, ainda que provisoriamente o Sindicato. A mobilização prossegue para garantir o pleno reconhecimento e a contratação de todos os demitidos.