Luta de classes tem "acirramento brutal", diz Jandira Uehara
Dirigente alerta que o ataque aos trabalhadores quer desmantelar a organização sindical
Publicado: 15 Julho, 2017 - 14h40 | Última modificação: 15 Julho, 2017 - 14h51
Escrito por: Iracema Corso / CUT-SE
Jandira Uehara, secretária nacional de Política Social e Direitos Humanos da CUT, expôs uma análise de conjuntura nacional e internacional na abertura da 15ª Plenária- Congresso Extraordinário Estadual da CUT em Aracaju, Sergipe, na sexta-feira (14/07), na Escola Municipal Presidente Vargas, no bairro Siqueira Campos.
Depois de afirmar que a crise não começou em 2008, mas apenas se aprofundou, Jandira explicou que a desigualdade social no mundo chegou ao ápice, ao ponto em que apenas 200 empresas controlam a produção de bens de tudo que usamos. “A saída do capital é a barbárie capitalista: retrocesso, violência, corte de direitos... Vivemos um acirramento brutal da luta de classes”.
A dirigente da CUT fez uma retrospectiva a partir de 1998 dos governos de Lula, Dilma, Hugo Chavez, Evo Morales e Cristina Kirchner, um ciclo que tinha o claro objetivo de barrar a ofensiva neoliberal na América Latina, mesmo com uma política de conciliação de classes. No entanto a sindicalista alertou que isso só foi possível num cenário de crescimento econômico.
Jandira apontou que com o agravamento da crise mundial, a elite está tomando o poder novamente na América Latina, seja através de golpe ou mantendo o sistema democrático burguês. Da mesma maneira, o corte de direitos trabalhistas e o fim da Previdência não traduzem apenas uma realidade brasileira. “No Brasil, a Reforma Trabalhista é estruturalmente destrutiva. É um ataque aos nossos direitos e é um ataque à organização sindical”.
Ela ainda alertou que o golpe tem ‘capilaridade’. “A chacina no campo, o assassinato de índios, o aumento da violência contra a periferia, isso nos mostra outras faces do golpe que o Brasil está enfrentando”.
Para a dirigente social, o momento exige ampliação da luta. “O consumismo é a forma mais eficaz de acabar com a identidade da classe trabalhadora. Por isso precisamos organizar a luta social vinculada à luta cultural. E não temos o direito de vacilar. Não será uma luta fácil”.