Wagner Moura, Marieta Severo e Bruno Gagliasso pedem ajuda para yanomamis
Vários artistas estão participando da campanha “Ação da Cidadania – SOS Yanomami. Eles gravaram um vídeo pedindo ajuda aos indígenas que estão morrendo de fome e falta de medicamentos
Publicado: 30 Janeiro, 2023 - 10h35 | Última modificação: 31 Janeiro, 2023 - 09h53
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Abandonados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que incentivou o garimpo ilegal com consequências terríveis para os povos indígenas e ainda cortou verbas para atender as necessidades mais básicas dessa população, os yanomamis estão morrendo de fome e doenças, como malária, em Roraima.
A mineração ilegal impede o acesso de comunidades à pesca, caça e coleta ou a serviços de saúde, provocando agravamento de doenças e mortes por falta de assistência. Tudo com a “omissão e conivência do Estado”, diz relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Leia mais: Garimpo ilegal provocou 90% das mortes por conflitos no campo em 2021
Para acelerar o atendimento e salvar a população, reforçando as ações de emergência decretadas pelo governo do presidente Lula (PT), várias ações de ajuda humanitária estão sendo organizadas. Uma delas é a campanha “Ação da Cidadania – SOS Yanomami”, que pretende levar cestas básicas, produtos de higiene e outros recursos aos yanomamis.
Artistas como Wagner Moura, Letícia Colin, Bruno Gagliasso, Marieta Severo, Carlinhos de Jesus, Antonio Calloni, Mart’nalia e Fernanda Abreu fazem um apelo à sociedade brasileira para que façam doações em um vídeo publicado nas redes sociais.
"O futuro do país depende da sua solidariedade. Nossos povos indígenas gritam por socorro. Mais do que ouvi-los, precisamos ajudá-los", destaca a postagem.
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#SOSPovosIndígenas #QuemTemFomeTemPressa #SOSYanomami
De acordo com a Ação Cidadania, a campanha é organizada junto ao Ministério do Desenvolvimento Social, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), militares e entidades locais. Na semana passada, a ONG assegurou o envio de 17 toneladas de alimentos aos yanomanis.
Crise humanitária dos yanomani
O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública no território Yanomami brasileiro. A área sofre com desassistência sanitária e enfrenta casos de desnutrição severa e de malária. A portaria foi publicada no dia 20 de janeiro.
O presidente Lula criou um comitê para enfrentar a situação sanitária em território Yanomami. Ele visitou a região no dia 21 e anunciou medidas emergenciais para enfrentar a crise sanitária da etnia. Médicos e enfermeiros da força nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) começaram a reforçar o atendimento aos indígenas a partir no dia 23.
Na ocasião, o presidente afirmou que o grupo é tratado de forma “desumana” em Roraima. “Tive acesso a umas fotos nesta semana. Efetivamente me abalaram porque a gente não pode entender como o país que tem as condições do Brasil deixar indígenas abandonados como estão aqui”, declarou.
Lula também criticou o ex-presidente Bolsonaro e afirmou que “se ao invés de fazer tanta motociata, ele [Bolsonaro] tivesse vergonha na cara e viesse aqui uma vez, quem sabe povo não estivesse tão abandonado”. No domingo (22), deputados do PT acionaram o MPF (Ministério Público Federal) para pedir a instaura.
investigação criminal para apurar a atuação das autoridades do governo Bolsonaro no território. O documento é uma representação criminal pela desassistência sanitária e desnutrição severa da população. A senadora diplomada Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Franklimberg Ribeiro de Freitas e Marcelo Augusto Xavier da Silva, ex-presidentes da Funai, também são alvos da petição.
Além disso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), determinou que a Polícia Federal investigue a suposta prática de crimes de genocídio, omissão de socorro e de crime ambiental contra o povo indígena Yanomami em Roraima.
O Supremo Tribunal Federal (STF) comunicou, na sexta-feira (27), que diversas decisões em favor dos Yanomamis foram descumpridas pelo governo federal e outras entidades nos últimos três anos. Também falou em indícios de prestação de informações falsas à Justiça, que devem ser apuradas. As medidas foram propostas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em julho de 2020, e acatadas pela Corte, com exceção da retirada de supostos invasores do território.
Com informações do Poder360.