Conselho de Ética do COB suspendeu Wallace de eventos e competições como a Superliga e a Copa do Brasil. O COB foi acionado pela AGU depois que o jogador publicou postagem estimulando a morte de Lula
Em despacho publicado nesta sexta-feira (3), o Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) determina a suspensão do jogador de vôlei Wallace Souza de todos os eventos e competições, entre elas Superliga e a Copa do Brasil.
O Conselho de Ética do COB tomou a decisão depois que a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com uma representação contra o jogador bolsonarista contratado pelo Sada Cruzeiro por ele ter feito uma postagem no Instagram estimulando a morte do presidente Lula (PT).
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A suspensão, como diz a página do COB, uma organização não governamental, que trabalha na gestão técnica, administrativa e política do esporte nacional, é de forma liminar. Ou seja, vale até uma decisão final do órgão.
Wallace tem cinco dias para se defender, por e-mail, e depois disso o conselho deve recolher provas e decidir pela admissibilidade ou não da representação da AGU. Caso ela seja aceita, é realizada uma sessão de instrução, uma espécie de julgamento. São ouvidos Wallace, eventuais testemunhas e a vítima, no caso o presidente da República.
Um dos artigos do Código de Ética citado na denúncia da AGU é o 34: "É indevida a prática de atos de violência, bem como a doutrinação, a incitação ou a orientação para a sua realização, no ambiente administrativo, de treinamento e competição ou fora dele". O código prevê punições que começam com "advertência, reservada ou pública", passa por multa e por suspensão de cinco a 10 anos, e chega ao banimento do esporte olímpico.
No despacho, o Conselho de Ética do COB ressalta que “o atleta olímpico, e sobretudo os campeões olímpicos devem ter em mente que a sua conduta reflete na sociedade de maneira diferenciada”. O texto segue dizendo que ,”o esporte tem a função de realizar princípio éticos e morais de toda uma coletividade”.
O texto segue discorrendo sobre a influência dos atletas nos jovens, e cita ídolos como Roberto Dinamite, Pelé, Maria Lenk, Esther Bueno, que “não tiveram apenas a honra e a glória de serem campeões. Todos tiveram a responsabilidade de educar gerações que precisavam pautar se por princípios éticos e morais para seguirem na luta pela construção de uma sociedade melhor para todos, não obstante as opções políticas de cada um”.