A estranha parcialidade da União Europeia
Publicado: 08 Abril, 2017 - 00h00
Diante das recentes declarações da União Europeia (UE) sobre a repressão desencadeada pelo governo russo contra manifestantes, gostaria de reafirmar a mais enfática defesa do direito democrático à livre expressão, principalmente quando os direitos humanos são afetados. No entanto, vejo com estranheza qualquer tipo de parcialidade.
Acredito que da mesma forma como a UE se pronunciou em relação à Rússia, deveria elevar o tom contra o apartheid de Israel, denunciado pela vice-secretária da ONU, Rima Khalaf – que foi inclusive obrigada a renunciar depois que se negou a modificar o seu informe em defesa da vida dos palestinos, com denúncias sobre os reiterados crimes sionistas.
Por que a UE não se pronuncia com a mesma ênfase e agilidade em relação ao golpe movido por setores da mídia e do judiciário – e acobertado pelo parlamento - contra a presidenta Dilma Rousseff e a campanha dos conglomerados de comunicação para desmoralização e criminalização do ex-presidente Lula?
Por que a UE não denuncia o distanciamento do atual governo brasileiro de qualquer compromisso com o respeito aos direitos humanos, abraçando inclusive uma política de ajuste fiscal e de ataque aos salários, aos empregos e direitos sociais e trabalhistas?
Estas são apenas algumas das reflexões que gostaria de ver respondidas.
João Antonio Felicio,
Presidente da Confederação Sindical Internacional