12º CONCUT começa com pedido por luta global do trabalhador
Seminário Internacional abre Congresso da CUT com emocionante participação da central sindical tunisiana vencedora do Nobel da Paz
Publicado: 13 Outubro, 2015 - 12h43 | Última modificação: 13 Outubro, 2015 - 15h37
Escrito por: Igor Carvalho
O plenário do Pavilhão de Exposições do Anhembi estava completamente lotado na manhã desta terça-feira (13). Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil inteiro e de diversas partes do mundo, que trouxeram até São Paulo as trajetórias de luta dos sindicatos que representam, ajudaram a fazer do 12º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), o maior já realizado pela Central.
As mortes de palestinos, após mais uma sequência da ataques criminosos de Israel; O ataque terrorista na Turquia, que vitimou 97 pessoas e feriu outras 250; Além da tentativa de golpe da direita no Brasil, com a retomada, na Câmara dos Deputados, do movimento golpista, foram os temas propulsores do “Seminário Internacional”, que abriu o 12º CONCUT.
Integraram a mesa, o Secretário Internacional da CUT, Antônio Lisboa, a vice-presidenta da CUT, Carmem Helena Ferreira Foro, o cientista político americano Michael Fichter, professor da Universidade Global do Trabalho (GLU) e da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, além da secretária-geral da CSI, Sharan Burrow.
Antes do “Seminário Internacional”, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, saudou os trabalhadores e as trabalhadoras que vieram ao Congresso e fez um pedido aos delegados estrangeiros. “Não repercutam em suas bases, as mentiras contadas pela mídia burguesa brasileira repete. Eles não suportam saber que a classe trabalhadora brasileira conseguiu mostrar que tem um projeto de sociedade muito mais exitoso do que o que é oferecido pela burguesia”, decretou.
A luta brasileira contra o golpe foi motivo de uma enérgica fala do presidente da Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Baez. “Estou aqui para dizer que, ao priorizar a luta sindical, a CUT tem o respeito de todo o sindicalismo mundial. Neste momento, o Brasil enfrenta uma situação complicada, estão querendo derrubar um governo que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Não vamos deixar, não vai ter golpe”, afirmou o argentino.
Foto: Lidyane PoncianoSeminário Internacional
O respeitado cientista político americano Michael Fichter foi o primeiro debatedor a falar durante o “Seminário Internacional” e defendeu uma luta global dos trabalhadores e trabalhadoras contra a opressão das grandes empresas.
“As cadeias de produção não atuam em prol dos direitos trabalhistas, apenas para o lucro. As empresas atuais colocam um local de trabalho contra o outro, isso é a marca da precarização”, explicou Fichter, para em seguida pedir sindicatos mais fortes, que “rompam a rede das empresas, para empodera os trabalhadores.”
A Secretária-Geral da CSI, Sharan Burrow, reforçou a importância de uma luta global que una os trabalhadores e as trabalhadoras e apresentou os motivos. “60% da força de trabalho global está na informalidade, mais de 50% deles em trabalho precário. Pessoas assinam contratos de trabalho sem ideia de carga horária e nem de renda. Infelizmente, 58% dos países excluem os trabalhadores de leis trabalhistas, 77% dos países não oferecem aos trabalhadores o direito de greve.”, informou a dirigente.
O debate foi interrompido para a emocionante participação de Kacem Afia, representante da União Geral dos Trabalhadores Tunisianos (UGTT), que recentemente foi contemplada com o Nobel da Paz, por sua luta pela transição democrática do País, após a “Primavera Árabe”, em 2011.
“As barreiras geográficas e da língua não podem ser empecilhos para uma luta global dos trabalhadores. Aproveito essa ocasião para saudar a CUT que nunca deixou de lutar e acreditar em seus princípios”, afirmou o dirigente sindical tunisiano.
Por fim, Sharan lamentou a precarização de trabalhadores e trabalhadoras no mundo. “Precisamos eliminar o trabalho escravo. Os empresários chamam isso de trabalho forçado, mas não é isso”, afirmou a dirigente sindical, que declarou seu desejo para 2016. “Que nós todos, no 1º de maio do ano que vem, estejamos atrás de uma faixa pedindo uma luta global.”
Jornada Continental
Durante o “Seminário Internacional”, foi apresentada a “Jornada Continental de Luta Anti-Imperialista”. Paola Estrada, representante do movimento, explicou a inciativa: “Dia 5 de novembro de 2005 derrotamos a Alca. Essa jornada quer celebrar essa vitória, que foi uma bela integração do continente contra o imperialismo. É momento de fazer um balanço dos acordos de livre comércio tomaram outras formas.”
No dia 05 de novembro, o movimento irá às ruas nos países do continente, no Brasil, os atos estão programados para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Entre os dias 20 e 22, em Cuba, ocorrerá o “Encontro Hemisférico”, que fecha a programação.