71% dos golpistas também querem terceirização sem limites
Maioria dos deputados que votou pelo impeachment também foi favorável ao PL 4330
Publicado: 14 Abril, 2016 - 13h43 | Última modificação: 15 Abril, 2016 - 13h24
Escrito por: Luiz Carvalho
Desde o início do processo de impeachment, a CUT tem alertado sobre a relação estreita entre a saída da presidenta Dilma Rousseff e a retirada de direitos trabalhistas. Uma ação estaria diretamente atrelada à outra.
Ao cruzar os dados dos deputados federais da Comissão que aprovou o relatório do impeachment e os que votaram o Projeto de Lei 4330, da terceirização sem limites (leia mais abaixo), em abril de 2015, é possível observar que 71% dos parlamentares defendem ambos os ataques aos trabalhadores.
No ranking dos partidos, o PSDB é campeão absoluto entre os que querem rasgar a CLT e o impeachment, com sete nomes. A sigla é seguida por DEM (três parlamentares), PMDB (três), PP (três), PTB (três) e Solidariedade (três). Leia abaixo a lista completa.
Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a relação comprova como o impeachment é nocivo para a classe trabalhadora.
“Isso só comprova o que temos repetido continuamente. O golpe não é contra a Dilma, o Lula ou o PT, mas contra os direitos da classe trabalhadora que os empresários entendem como sendo demais. Valorização do salário mínimo, para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) é ruim porque diminui o lucro, ainda que amplie a dignidade do trabalhador”, aponta.
O que é o PLC 30
Após ser aprovado na Câmara dos Deputados por 324 votos favoráveis contra 137, o PL 4330, de autoria do ex-deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) foi para o senado como PLC 30/15.
Antiga reivindicação dos empresários para afrouxar a legislação trabalhista, o texto aprofunda um cenário nocivo á classe trabalhadora. Segundo o dossiê “Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não fecha”, lançado pela CUT e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os terceirizados ganham 25% menos, trabalham quatro horas a mais e ficam 2,7 anos a menos no emprego quando comparados com os contratados diretos.
Favorece ainda situações análogas à escravidão. O documento aponta que, entre 2010 e 2013, entre os 10 maiores resgates de trabalhadores escravizados, nove eram terceirizados.
Lista de deputados a favor do impeachment e da terceirização sem limites:
Deputado Partido Estado
Elmar Nascimento | DEM | BA |
Mendonça Filho | DEM | PE |
Rodrigo Maia | DEM | RJ |
Marcelo Aro | PHS | MG |
Lúcio Vieira Lima | PMDB | BA |
Leonardo Quintão | PMDB | MG |
Mauro Mariani | PMDB | SC |
Júlio Lopes | PP | RJ |
Jerônimo Goergen | PP | RS |
Paulo Maluf | PP | SP |
Alex Manente | PPS | SP |
Jhonatan de Jesus | PRB | RR |
Marcelo Squassoni | PRB | SP |
Ronaldo Fonseca | PROS | DF |
Danilo Forte | PSB | CE |
Fernando Coelho Filho | PSDB | PE |
Eduardo Bolsonaro | PSC | SP |
Rogério Rosso | PSD | PI |
Marcos Montes | PSD | MG |
Jutahy Júnior | PSDB | BA |
Paulo Abi-Ackel | PSDB | BA |
Nilson Leitão | PSDB | MT |
Carlos Sampaio | PSDB | PR |
Shéridan Estérfany Anchieta | PSDB | RR |
Bruno Covas | PSDB | SP |
Benito Gama | PTB | BA |
Jovair Arantes | PTB | GO |
Luiz Calos Busato | PTB | RS |
Evair de Melo | PV | ES |
Laudivio Carvalho | SD | MG |
Fernando Francischini | SD | PR |
Paulinho da Força | SD | SP |