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74 % dos brasileiros são contra financiamento empresarial

Pesquisa encomendada pela OAB mostra que população associa doações à corrupção

Publicado: 07 Julho, 2015 - 13h50 | Última modificação: 07 Julho, 2015 - 14h12

Escrito por: Igor Carvalho

Foto: Mídia Ninja
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Pesquisa encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao Instituto Datafolha mostra que 74% dos brasileiros não concordam com o financiamento empresarial de campanhas eleitorais. Apenas 10% afirmou ser favorável a prática.

A rejeição maior às doações de empresas a partidos e políticos advém das pessoas que possuem curso superior, são 80%. A recusa é alta, também, entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (82%).

Para 79% dos entrevistados, o maior motivo para se recusar o financiamento privado é que a prática está ligada diretamente à corrupção. Apenas 3% acredita que a doação de empresas previne a corrupção.

Ainda de acordo com a pesquisa, 22% das pessoas favoráveis ao financiamento empresarial são eleitoras do PSDB. 20% dos que se declararam favoráveis ao PT estão de acordo com as doações de empresários.

A pesquisa foi feita com 2.125 pessoas, entre os dias 9 e 13 de junho, em todas as regiões do País. Vale lembrar que a OAB, que encomendou a pesquisa, é autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650, que tramita no Superior Tribunal Federal (STF) e proíbe a prática de financiamento empresarial de campanhas.

O julgamento da ação foi interrompido no dia 2 de abril de 2014, quando Gilmar Mendes pediu vista do processo e a sessão foi suspensa. Nesta data, o processo já havia recebido seis votos favoráveis e um contrário, ou seja, maioria configurada.

Quando quer justificar a recém-aprovada redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apela para o argumento de que seria, essa medida, um desejo popular.

Usando  uma recente pesquisa, também do Datafolha, que mostra que 87% da população é favorável a redução da maioridade penal, Cunha aplicou um golpe na Casa e aprovou o projeto que autoriza a medida.

Resta saber se, para Cunha, o desejo popular continuará sendo importante nesta semana. O segundo turno da PEC 182, a contrarreforma política, deve começar a ser votado nesta terça-feira (7), na Câmara dos Deputados.