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CNBB defende direito à livre manifestação

Em encontro com Centrais, entidade religiosa ressalta que reformas serão prejudiciais à classe trabalhadora

Publicado: 21 Junho, 2017 - 12h20 | Última modificação: 22 Junho, 2017 - 19h10

Escrito por: Luciana Waclawovsky

Luciana Waclawovsky/CUT
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Às vésperas da realização de uma nova greve, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, se reuniu com o presidente da CNBB, cardeal Dom Sergio da Rocha e o secretário geral da instituição, Dom Leonardo Ulrich Steiner para, mais uma vez, manifestar preocupação com os rumos do país e pedir apoio para as novas ações contra o avanço das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso Nacional.

Segundo colocou Freitas, os resultados da última greve geral em 28 de abril, que parou mais de 40 milhões de trabalhadores contra as propostas de reforma, teve grande adesão da sociedade “e o apoio da CNBB que manifestou solidariedade à organização das centrais e movimentos sociais contribuiu para o sucesso da atividade”. E completou: “não podemos esquecer também do reforço que a Comissão Nacional de Justiça e Paz deu à histórica caminhada em Brasília, que levou mais de 150 mil pessoas às ruas para pressionar os parlamentares governistas em 24 de maio”, lembrou o dirigente.

Para Dom Sergio da Rocha, que também é arcebispo de Brasília, a CNBB sempre irá defender o direito às manifestações pacíficas que vem ocorrendo em todo o país contra o desmonte do Estado brasileiro, “temos uma postura em defesa dos trabalhadores e documentamos essa posição na Assembleia Geral da CNBB. Essa nova demanda levaremos ao Conselho Permanente dos bispos”. O cardeal disse, ainda, que o diálogo e esclarecimento quanto ao teor das propostas sugeridas pelo governo, deve se intensificar por meio das redes sócias, “já que a mídia tradicional não informa o suficiente e dificulta a disseminação da realidade dessas reformas”, observou.

Já o secretário geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, apontou que a reforma trabalhista pode até ter um viés positivo para o empresariado, “só que eles não se deram conta que sem salário fixo e poder de compra, ninguém terá crédito no mercado para consumir”, destacou.

Ainda conforme reforçou Vagner Freitas ao final do encontro, a reforma trabalhista é muito pior que a previdenciária, pois destrói direitos conquistados com muita batalha ao longo de décadas. Por isso, disse ele, “o apoio da comunidade católica é importante para que essa mensagem de esclarecimento consiga penetrar na população”. A pressão, avaliou Freitas, está surtindo efeito e deixando os congressistas constrangidos, “já que ano que vem tem eleição”.

Concomitantemente à reunião, que aconteceu nesta terça-feira (20) na sede da CNBB em Brasília, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, terminava sessão que derrotou o relatório governista da reforma trabalhista e deu vitória à classe trabalhadora. “Mais um sinal de que nossas ações e mobilizações estão indo para o caminho certo e comprovam que a luta sempre deu resultados”. Por isso, concluiu Freitas, “precisamos intensificar o trabalho de pressão sobre os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a matéria será analisada e votada no próximo dia 28".