Contra o feminicídio, argentinas organizam paralisação
Entre 13h e 14h da última quarta-feira (19), mulheres não trabalharam
Publicado: 20 Outubro, 2016 - 11h06 | Última modificação: 21 Outubro, 2016 - 16h13
Escrito por: CUT
Durante uma hora, entre 13h e 14h, as argentinas cruzaram os braços e protestaram contra o assassinato da jovem Lucía Perez, de 16 anos. O crime chocou o país vizinho, que vive onda de manifestações contra o feminicídio.
A paralisação foi convocada pelas organizadoras da campanha “Ni uma Menos”, que se espalhou por vários países da região. Protestos foram feitos no Chile, Uruguai, Venezuela e Brasil.
Lucía foi sedada, estuprada e empalada. Dois homens que vendiam drogas próximo da escola em que a jovem estudava, Matías Farías, de 23 anos, e Juan Pablo Offidani, de 41, foram presos e acusados por estupro seguido de homicídio. Uma terceira pessoa foi detida por ter ajudado a acobertar o caso.
O crime, cometido na pequena Mar Del Plata, de 600 mil habitantes, gerou comoção em toda Argentina. Desde que Lucía foi morta, no último dia 8 de outubro, outras mulheres foram assassinadas por seus ex-companheiros.
No ano de 2015, segundo a Corte Suprema da Justiça da Argentina, houveram 235 femincídios, contra 225 em 2014. A paralisação de ontem, é similar a que houve na Polônia, com todas as mulheres vestidas de preto. No país europeu, a greve se deu por conta da tentativa do governo de proibir o aborto em qualquer situação.