CSI participa do IV Fórum do BRICS Sindical
Presidente João Felício defende os valores da solidariedade contra a lógica da austeridade
Publicado: 14 Julho, 2015 - 12h39 | Última modificação: 14 Julho, 2015 - 13h18
Escrito por: CUT Nacional*
O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, se dirigiu ao plenário do BRICS Sindical na tarde desta quinta-feira, dia 9, na cidade de Ufa, na Rússia. Falando aos delegados dos cinco países dos BRICS, Felício apresentou um panorama do movimento sindical internacional, abordando temas como a luta contra práticas antisindicais, da negociação coletiva e pela liberdade de organização sindical em todo o mundo.
Felício se posicionou contra as sanções econômicas impostas a Rússia pelo Ocidente e ressaltou o fato de que a luta dos países em desenvolvimento não é apenas uma luta econômica, mas fundamentalmente política. "Os BRICS tem a oportunidade de estabelecerem de fato outro pólo de debate político sobre os rumos da economia, das finanças e do mundo do trabalho. As novas instituições financeiras dos BRICS não podem repetir a lógica neoliberal da Troika, que coloca os interesses do grande capital financeiro acima dos direitos dos trabalhadores e do bem estar dos cidadãos e cidadãs em seus países. O reconhecimento do BRICS Sindical como um espaço oficial de diálogo com os governos seria um passo importante nesta direção", avalia o dirigente.
O presidente da CSI afirmou ainda que somente através da politização do debate e' que será possível combater o aprofundamento da desigualdade, lutar por melhores salários, promover a negociação coletiva e reverter a tendência de queda das taxas de sindicalização, que se verifica em todo o mundo. Tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento.
Para Felício, a OIT deve ser o pilar fundamental na garantia dos direitos trabalhistas na arena internacional e, acima de tudo, da defesa do direito de greve que vem sendo constantemente atacado pela bancada empresarial. "É preciso colocar a solidariedade a frente da austeridade, os direitos a frente do lucro, a democracia a frente do mercado. Se os BRICS conseguirem fazer ao menos parte disso, já estarão estabelecendo um novo referencial político-econômico para outras instâncias, como o G20, o FMI, o Banco Mundial e até mesmo governos nacionais", disse.
Felício foi o único dirigente sindical internacional a participar do Fórum do BRICS Sindical, promovendo ainda mais o intercâmbio de visões entre a CSI e as centrais sindicais dos países BRICS.
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*Com Informações de Diego Azzi, de Ufa.