CUT condena agrotóxico em audiência pública
Encontro em Americana pode ser marco na luta contra o uso dos venenos nas plantações
Publicado: 18 Agosto, 2017 - 16h18 | Última modificação: 20 Agosto, 2017 - 14h03
Escrito por: CUT
Foi realizada na noite da última quarta-feira (16), uma audiência pública na Câmara Municipal de Americana para apresentar posições da sociedade civil e interessados sobre o PL 53/2017, do vereador Professor Padre Sergio (PT), que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos na cidade de interior de São Paulo.
A aprovação do PL pode ser um marco para a agricultura nacional e pautar o debate em outros estados e cidades que queiram barrar a pulverização aérea.
Durante a audiência, foram apresentados dados diversos sobre os impactos tanto para a saúde como para o meio ambiente, gerados pela pulverização aérea de agrotóxicos. O método é utilizado pelas grandes monoculturas do agronegócio.
“Lutamos por empregos justos e sadios, um emprego que contamina não só as populações próximas mas também os próprios trabalhadores e as suas famílias precisa ser reavaliado considerando uma transição justa para estas atividades”, aponta o secretário Nacional de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.
Carla Bueno da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida afirmou que "o município de Americana e toda sua população sofre sérios riscos de contaminação pela produção do agronegócio da cana ao redor da cidade com esse modelo de produção assassino, baseado no latifúndio e no veneno. A conquista da proibição da pulverização aérea deve servir de exemplo para todo o estado de São Paulo. Essa é uma luta que envolve toda a região, pois o desafio da construção de uma transição deste modelo de produção atrasado é assunto urgente nacional e precisa se alastrar."
Também defenderam esta iniciativa a professora de Geografia Agrária da USP - Universidade de São Paulo, Larissa Mies Bombardi; a médica sanitarista, Telma Nery; o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), Dr. Ivan Carneiro Castanheiro; a representante do Greenpeace Brasil, Marina Lacôrte.
Também participaram da audiência pública, os representantes das empresas de aviação agrícola e produtores de cana de açúcar. Porém, em suas falas não conseguiram desconstruir as teses que apresentam o agrotóxico como um malefício aos trabalhadores que os manipulam e à saúde de quem consome os alimentos.
A CUT conclama seus dirigentes à ampla mobilização de sindicalistas e trabalhadores no dia da votação para apoiar essa importante legislação que pode se tornar referência, não só para o estado de São Paulo mas para a agricultura nacional.