CUT repudia grosseria do ministro Gilmar Mendes
Nota assinada pelo presidente da Central, Vagner Freitas, repele agressões de ministro
Publicado: 04 Abril, 2017 - 18h24 | Última modificação: 04 Abril, 2017 - 18h57
Escrito por: CUT
A Central Única dos Trabalhadores, representando 3.960 sindicatos, federações e confederações, um universo de mais de 25 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo Brasil, repudia veementemente a recente declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que acusou a Central de aparelhar o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
“O Tribunal Superior do Trabalho foi o laboratório do PT, foi onde deu certo. E o aparelhamento foi exitoso exatamente no âmbito do TST. Hoje, o tribunal é composto por muitos simpatizantes que foram indicados pela CUT”, disse o ministro em evento realizado pela empresa LIDE do empresário e prefeito de São Paulo, direcionado a empresários do interior de São Paulo nesta segunda-feira, 3.
Além de ser uma agressão às instituições, a declaração de Gilmar Mendes corrobora sua postura contrária aos direitos da classe trabalhadora brasileira, como no julgamento da ação envolvendo uma escola privada que acabou com a ultratividade – caso de interesse direto do ministro que é proprietário de uma escola; e os constantes ataques à CLT e às leis que regem o país.
Ressaltamos ainda que ao proferir suas grosseiras agressões ao TST, o ministro afronta a Lei Orgânica da Magistratura que proíbe aos membros do judiciário manifestar “juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais”, bem como de se abster do ativismo político partidário a que ele é afeito, dado o farto noticiário de jantares e banquetes palacianos com lideranças partidárias na ânsia de cortejar o poder político.
Temos métrica diferente de régua ética e moral do senhor ministro. Valorizamos e respeitamos as instituições da nossa República, mesmo quando discordamos ou somos derrotados. Por isso, nos juntamos a outras instituições para nos solidarizarmos com os ministros do Tribunal Superior do Trabalho.
A CUT jamais indicou qualquer ministro ou juiz que seja, e nem poderia fazê-lo. O único acerto do ministro Gilmar Mendes parece ser o de identificar a CUT com todos aqueles que defendem os direitos dos trabalhadores, a democracia e os valores sociais da Constituição da República.
Vamos continuar participando da vida pública do Brasil, mesmo contra a vontade do magistrado, defendendo os interesses e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, para construir um país com desenvolvimento sustentável, distribuição de renda e inclusão social.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT