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Movimentos iniciam manifestações pró-Lula em Curitiba

MST organiza primeiro ato da Jornada de Lutas e relembra assassinato de militante.

Publicado: 09 Maio, 2017 - 13h22 | Última modificação: 09 Maio, 2017 - 14h51

Escrito por: Érica Aragão

Fotos: Roberto Parizotti / CUT
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Mais de 1500 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra fizeram um ato no Monumento a Antônio Tavares, na BR 277 em Curitiba, nesta terça (09) marcando o inicio da “Jornada de Lutas pela Democracia”, que acontece entre os dias 9 e 10 na capital paranaense.

O ato relembrou os 17 anos da morte do trabalhador rural e sindicalista, Antônio Tavares, vítima da repressão policial do Estado do Paraná, em 2 de maio de 2000, durante uma marcha pela Reforma Agrária organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que seguia para Curitiba pela BR 277.

Antônio foi morto durante um cerco da Polícia Militar aos Sem Terra , que haviam sido proibidos de entrar em Curitiba, com base em um Interdito proibitório conseguido na Justiça pelo então governador, Jaime Lerner. Segundo os líderes do MST, a história se repete, já que novamente, por meio de um interdito proibitório, o MST foi proibido de montar um acampamento na capital paranaense para acompanhar a Jornada de Luta pela Democracia e o depoimento do ex-presidente Lula, na Justiça Federal do Paraná.

“Essa burguesia é tão arrogante que falta colocar uma placa na entrada de Curitiba: propriedade privada, não entre! Agora estão fazendo essa extrema burrice de tentar proibir o povo de fazer reunião nas praças, de andar nas ruas, de fazer ato na boca maldita, local que foi palco da democracia na luta pelas ‘Diretas Já’ em 1985”, o coordenador do MST, José Damasceno.

Mesmo com a decisão judiciária de proibir o acampamento, a campanha “Nas ruas por todos e por Lula” conseguiu fazer um acordo com os órgãos responsáveis e montar as barracas do acampamento num terreno privado ao lado da Rodoferroviária, no Jardim Botânico de Curitiba, para acompanhar a Jornada de Lutas pela Democracia.

O secretário de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores, Roni Barbosa, lembrou que essa jornada, além de se solidarizar com o ex-presidente Lula, é também para reivindicar a volta da democracia e derrotar o governo ilegítimo de Michel Temer. Segundo ele, a CUT, outras centrais e os movimentos sociais não vão aceitar esse processo de reformas que retiram direitos do povo do campo e da cidade e faz nosso país regredir mais de 100 anos.

“Nós estamos na luta. Já fizemos uma grande greve geral no dia 28 de abril, estamos construindo a Jornada em Curitiba, vamos ocupar Brasília e iremos construir uma segunda greve geral. E esse pessoal do Temer e do Congresso Nacional se não ouvirem o povo brasileiro nós vamos escorraçar esse povo de lá e vamos colocar um governo legítimo, eleito pela população”, finalizou o secretário, que também faz parte da Frente Brasil Popular.

A presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, lembrou que Antônio Tavares, além de trabalhador rural, era sindicalista da CUT. Ela disse que a data que marca a morte dele será sempre rememorada. Regina também falou sobre o impedimento da Justiça proibindo a Jornada.

“Estamos sofrendo sim com a repressão e o interdito proibitório. Está voltando a mesma era do FHC e Jaime Lerner, mas não há interdito proibitório que nos impeça de caminhar em Curitiba. Lutar não é crime!”, completa a dirigente.