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MPF tenta criminalizar educação rural do MST

Órgão acusa educadores de "ingerência na gestão" e "imposição ideológica e política".

Publicado: 17 Agosto, 2017 - 19h59 | Última modificação: 18 Agosto, 2017 - 01h10

Escrito por: Redação RBA

IFC
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Campus Abelardo Cruz é uma conquista do movimento de trabalhadores durante o governo Dilma

O Ministério Público Federal (MPF) ordenou, na quarta-feira (16), a busca e apreensão de computadores e celulares, além da quebra de sigilo de informações, de Ricardo Scopel Velho e Maicon Fontaine, educadores populares ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que dão aulas no campus do município Abelardo Luz (SC), do Instituto Federal Catarinense (IFC). A acusação é de "ingerência na gestão" e de "imposição ideológica e política" no instituto. Os servidores estão afastados de suas funções.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica (Sinasefe) afirma que a ação é uma perseguição e criminalização de movimentos sociais. "É mais um caso de escola sem partido que não teve aprovação, mas está cada dia mais vigente nas escolas públicas como um todo, também no Instituto Federal. Por meio dessas decisões, os dois estão afastados da função pública, ou seja, o o objetivo é perseguir, demitir e criminalizar", diz o texto.

O despacho do MPF diz que um dos motivos de "ingerência" é de que o campus esteja controlado pelo MST e que todas as decisões do local são tomadas pelas lideranças do movimento. 

Entretanto, de acordo com o próprio IFC, o campus é uma conquista do movimento de trabalhadores. "A conquista do Campus Avançado de Abelardo Luz é resultado da pauta apresentada, em 2011, pelo MST, à presidenta Dilma, para atender à necessidade da região, em especial, dos agricultores familiares e camponeses. O objetivo do campus é atender às demandas históricas, dos camponeses e camponesas, por uma educação do campo pública, gratuita e de qualidade", diz o site.

O sindicato afirma que tem evidências de que o caso é de perseguição. "Infelizmente as conquistas dos trabalhadores incomodam as elites, tanto que um dos representantes das oligarquias locais já bradou que "é melhor essa escola fechar do que continuar dentro de um assentamento."