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“Se preciso, faremos uma greve nacional”, diz Vagner

Diante da Fiesp, presidente da CUT diz que mobilizações de hoje alertaram a população sobre os riscos do PL 4330 e desmascararam setor patronal

Publicado: 15 Abril, 2015 - 17h30 | Última modificação: 15 Abril, 2015 - 19h20

Escrito por: CUT Nacional e CUT São Paulo

Marcelo Hailer
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Vagner, em ato na Paulista, dá entrevistas à imprensa

Na Avenida Paulista, os militantes e dirigentes sindicais que fazem na capital o Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 estão diante da sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), à espera dos movimentos sociais que vêm em passeata desde outro ponto da cidade, o Largo da Batata, no bairro de Pinheiros.

Temos a missão de lembrá-los que a maioria do povo não está no Congresso, mas nas ruas, que ocupamos hoje em todo o Brasil. Nós chamamos esta manifestação em menos de uma semana e muitos diziam que seria fraca. Eles não conhecem nossa companheirada
Vagner Freitas, presidente da CUT

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, justificou a vaia que os militantes deram ao presidente da federação patronal, Paulo Skaf. “Se o 4330 do jeito que está redigido seguir adiante e for aprovado pelos senadores, acabou a CLT. O projeto não é terceirização, companheiros. É mentira do Skaf", disse.

Ele criticou também duramente a maioria dos deputados que aprovaram o PL e, em especial, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). “Nem a ditadura militar ousou em retirar o direito dos trabalhadores com um corte tão profundo como quer fazer o ditador Eduardo Cunha”.

Vagner lançou um alerta aos parlamentares: “Temos a missão de lembrá-los que a maioria do povo não está no Congresso, mas nas ruas, que ocupamos hoje em todo o Brasil. Nós chamamos esta manifestação em menos de uma semana e muitos diziam que seria fraca. Eles não conhecem nossa companheirada”, afirmou.

“Hoje, em todo o Brasil, demos muito prejuízo aos patrões, parando bancos, fábricas, comércio, refinarias... Só assim eles nos entendem, quando mexemos no bolso deles”, completou.

Para Vagner, o fato de o PSDB ontem ter decidido votar contra a terceirização da atividade-fim no serviço público é um sinal claro de que o debate chegou à maioria da opinião pública. “Agora os inimigos dos trabalhadores, o setor patronal nas empresas e no Congresso, não podem mais negar que o projeto não é para regulamentar a terceirização, e sim para acabar com os direitos”. E lançou: “Se preciso, faremos uma greve nacional para derrubar esse projeto”.

Movimentos de moradia também na luta contra o 4330Movimentos de moradia também na luta contra o 4330

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, lembrou que os ataques aos trabalhadores são uma constante. Mas a CUT sempre estará presente para lutar contra e impedir. “Esse projeto significa a destruição do tecido social brasileiro. Não é possível que a sociedade compre uma ideia como essa. Não é a primeira vez que tentam destruir as relações de trabalho no Brasil. Terceirizar é precarizar, é trocar o emprego pelo aumento da margem de lucro dos patrões. Por isso, não vamos deixar que esse projeto seja viabilizado. Continuaremos nas ruas".

Grandes bonecos caricaturando os deputados Eduardo Cunha, o Paulinho da Força (SD/SP) e o representante patronal Skaf desfilavam na porta da Fiesp, à espera do momento em que seriam – como foram – incinerados pelos manifestantes, em forma de protesto. O boneco de Cunha foi queimado por Nelson Canesin, militante histórico da CUT. Ele havia sido covardemente agredido pela polícia do Distrito Federal durante protesto contra o 4330 no último dia 7, diante do Congresso.

Do outro lado da avenida, a Central Movimentos Populares e a Frente de Luta por Moradia fizeram atos por mais habitações populares e também contra a retirada de direitos, em especial contra o PL 4330. De lá, dirigiram-se à sede da Caixa Econômica Federal, na mesma avenida, para dar sequência ao protesto.

Caricaturas públicas são queimadas na avenida. Foto de Walber PintoCaricaturas públicas são queimadas na avenida. Foto de Walber Pinto

Presente à mobilização, o dirigente do MST Gilmar Mauro afirmou que esta é mais uma etapa de uma jornada de lutas que haverá em 2015. “Fizemos várias paralisações Brasil afora e isso só o início, pois temos nossa jornada  em função do dia 17 de abril, lembrando o massacre de Eldorado dos Carajás. E o PL 4330 é algo que vamos combater com todas as forças”, disse.