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Sem diálogo, Reforma Trabalhista só pode ser tragédia

Secretário-Geral da CUT aponta que apenas saída dialogada resulta em proposta democrática

Publicado: 16 Maio, 2017 - 16h38 | Última modificação: 17 Maio, 2017 - 14h44

Escrito por: Luiz Cavalho com informações da Agência Senado

Edilson Rodrigues - Agência Senado
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Um governo ilegítimo e sem representatividade social, naturalmente, negará qualquer diálogo com quem possa rebater suas propostas. Por isso, a Reforma Trabalhista tramita no Congresso sem a participação da CUT e de qualquer central sindical que seja contra a retirada de direitos.

Esses foram aspectos abordados pelo Secretário-Geral da Central, Sérgio Nobre, que participou de sessão temática no plenário do Senado sobre a reforma trabalhista.

Entre os pontos negativos da medida ele destacou que o descarte da representação sindical nas negociações de acordos trabalhistas em empresas com mais de 200 empregados, conforme prevê o PLC (Projeto de Lei Complementar) 38/2017, vai deixar a “raposa tomando conta do galinheiro”.

Para Nobre, a falta de estabilidade no emprego, outro problema da proposta, vai gerar incertezas e aprofundamento da crise econômica. “Qual trabalhador com contrato em tempo parcial, intermitente ou terceirizado pode ter a tranquilidade de comprar uma geladeira, um automóvel em 30 prestações? Qual vai ter a tranquilidade de entrar em um financiamento da casa própria? Não vai fazer. É uma reforma recessiva”, disse.

Ele lembrou também que, com tantos retrocessos, a medida é rejeitada pela maior parte da população, o que motivará uma nova greve geral ainda maior do que a do dia 28 de abril.

“Em nome de todas as centrais sindicais brasileiras, se essa Casa teimar em não ouvir a voz da classe trabalhadora, se insistir nesse caminho de desmonte da legislação trabalhista, vocês podem esperar, vamos construir greve geral muito maior do que foi a do dia 28”, alertou.

Para Sérgio Nobre, a única alternativa é retirar o projeto da pauta e estabelecer uma mesa de negociação. “O caminho do bem senso é retirar essas reformas e discutir de maneira democrática com quem pode decidir sobre elas, que são trabalhadores e empresários em uma mesa de negociação de maneira democrática e legítima.”