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Nenhum direito a menos!

Vagner Freitas, presidente da CUT nacional, mandou o recado no primeiro de maio popular

Publicado: 04 Maio, 2015 - 11h21 | Última modificação: 04 Maio, 2015 - 15h53

Escrito por: Érica Aragão

Roberto Parizotti
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Vagner Freitas, presidente CUT, falando com o público do 1 de Maio

"Nós temos um calendários de lutas para apresentar ao povo brasileiro", afirmou Vagner ao se referir ao dia 29 de Maio, que será organizado uma paralisação nacional e se preparar para um possível greve." Se o PL 4330 for aprovado quem concorda em fazer uma greve geral?", questionou o presidente da maior central dos trabalhadores no Brasil (CUT), Vagner Freitas, para um público de mais de 50 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. No ato político do 1 de Maio Popular organizado por centrais sindicais e movimentos sociais em São Paulo os trabalhadores saíram às ruas para defender direitos, defesa da Petrobrás, defensa da reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha e a favor da democracia.

Para o vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, é importante estar nas ruas hoje para fazer a luta contra o projeto conservador que se instaurou no congresso nacional. "Este primeiro de maio é um primeiro de maio construído dentro deste quadro de defesa dos direitos dos trabalhadores. E contenção do avanço do conservadorismo no Brasil", finaliza ele.

O sindicato dos Jornalistas de São Paulo já enfrenta esta luta há muito tempo. As empresas da grande mídia preferem contratar os PJ’s, pessoas jurídicas, no qual jornalistas não são submetidos aos direitos trabalhistas. “Trabalham sábado, domingo, não tem férias, não tem 13 e a pessoa entra num tipo de vida na qual ela não para de trabalhar nunca pra ganhar menos do que um profissional contratado. Então isso é a realidade da terceirização”, afirma Paulo Zocchi, presidente do Sindicato.

O PL4330, projeto de lei do ex-deputado Sandro Mabel, regulamenta a terceirização em todas as atividades, inclusive na fim. Isso regulamenta os 12,7 milhões de trabalhadores que são terceirizados no Brasil e podem terceirizar os outros mais de 40 milhões que são contratados pelas as empresas e que tem seus direitos garantidos pela consolidação das leis do trabalho, a CLT. O projeto que regulamenta a terceirização dá brecha para que leis trabalhistas acabem, é um retrocesso. "Resgatar o princípio da dignidade é não permitir a sepultura da CLT", comenta Vagner Freitas.

"A importância deste ato é porque ele tem uma ampla unidade de várias centrais sindicais da CUT, CTB, Intersindical e também dos movimentos populares, a Central de Movimentos populares, MST, MTST, UNE. É um primeiro de maio que não é só o movimento sindical que tem acontecido nos últimos anos. Primeiro de maio dos movimentos sociais", disse Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos populares".  Para Raimundo este primeiro de maio é importante também como data combativa para tornar clara a importância da reforma política para melhorar a representação e a democracia país. 

Os jovens também estão preocupados com o futuro do país. Para Lira Alli, do Levante Popular da Juventude, os jovens se juntam na luta da classe trabalhadora e de toda população que quer o fim da corrupção. "A gente sabe que é fundamental lutar pelo fim do financiamento empresarial de campanha. Eu nunca vi isso, sindicato não pode financiar campanha, ou seja os trabalhadores não podem financiar campanha, mas os empresários podem! Vamos combinar que isso é uma disputa muito injusta? Vamos combinar que têm um lado que sai ganhando muito neste jogo? Tem que acabar o quanto antes com o financiamento empresarial de campanha". 

Outro ponto de defesa neste primeiro de maio é a defesa da Petrobrás.  A Petrobras foi criada como resultado de luta popular por um país soberano. Para Cibele Vieira, da Federação Única dos Petroleiros, toda vez que há disputa de projeto a Petrobras volta para o centro do debate. “A Petrobras se tornou a maior petrolífera no mundo, seria ingenuidade nossa achar que os interesses internacionais não viram com mais força contra nosso projeto popular de usar o petróleo para desenvolvimento da indústria nacional, saúde e educação”.

O presidente da CUT lembrou a importância  de se defender a Petrobrás e a luta contra a corrupção. “É uma importante ferramenta para o desenvolvimento do Brasil. Esse óleo negro pode financiar políticas importantes para o país e não pode ser privatizado. A bandeira contra a corrupção é a nossa e a defendemos. Se houver algum corrupto na Petrobras, quando comprovado for, que seja preso. A Petrobras é patrimônio brasileiro”, finalizou Vagner.

Juntos os movimentos saem às ruas para defender a democracia, pois do jeito que está o congresso nacional se o povo não se unir a tendência é retroceder. E não é isso que o povo quer. O povo se junta pra dizer: “Nenhum direito a menos.

Dia 29 de Maio os trabalhadores estarão nas ruas mais uma vez.