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Vamos defender a Petrobras como empresa...

Para presidente da CUT, Petrobras é patrimônio nacional e deve ser motor do desenvolvimento com justiça e inclusão social

Publicado: 15 Agosto, 2014 - 12h15

Escrito por: Sindipetro-NF e CUT Nacional

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Lideranças políticas e dos movimentos sociais participaram nesta quinta-feira (14) a abertura solene do 16º Congresso da Federação Única dos Petroleiros. A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, enviou saudação aos petroleiros, destacando a importância da categoria para o desenvolvimento do País. Na mesa de abertura estavam o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e o representante da Federação dos Trabalhadores Petroquímicos da Palestina, Mohammed Mousa Jadallah, entre outros companheiros.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, falou sobre o momento ímpar que vivemos no país atualmente. Segundo ele, "conseguimos incomodar e deixar atordoada a burguesia brasileira" com a implementação exitosa das nossas propostas de transformação do país. Um momento muito rico da luta da classe trabalhadora que conseguiu demonstrar que além de ter o melhor projeto para o Brasil, consegue geri-lo melhor que a burguesia, afirmou Vagner. “Cada política pública que chega ao trabalhador, tem o dedo da CUT, que há anos ajudou a pensar esse projeto. Precisamos mostrar que nós somos a alternativa para construir um país melhor”, afirmou Vagner.

Para Vagner, o processo que o país viveu nos últimos anos com Dilma e Lula, trouxe não só o crescimento econômico, como desenvolvimento. “Se continuarmos esse ciclo, vamos construir um sonho que é ter um estado voltado para o bem comum. Nós defendemos esse projeto que está dando certo e por isso temos que reeleger Dilma, com uma Petrobrás mais forte e sem terceirização”, concluiu.

E a defesa da Petrobras, como empresa pública, patrimônio do povo brasileiro é fundamental para a continuidade desse processo, afirmou Vagner. Para ele, a Petrobras tem de continuar sendo um dos alavancadores do processo de transformação social, “inclusive financiando a educação e a saude”.

Para o dirigente, isso pressupõe o respeito aos direitos da classe trabalhadora, entre eles, o de trabalho decente. “Não defendo as terceirização que a Petrobras faz. Isso não. Defender a Petrobras não é fomentar a terceirização.  Não adianta querer explorar os recursos do pré-sal com o trabalhador terceirado. A FUP vai brigar. E a CUT vai brigar dez mil vezes mais em defesa da Petrobras, mas contra a terceirização”.

O petroleiro palestino Jadallah trouxe uma saudação do seu povo aos trabalhadores brasileiros e agradeceu à posição do governo em relação à Palestina. Relatou os ataques sofridos e o número de pessoas atingidas com o bombardeio de Israel. “Nós queremos a paz, a retirada dos territórios ocupados, a criação do Estado Palestino, a liberdade dos presos políticos e a solução para os refugiados. A recusa do governo de Israel em desocupar as terras palestinas é o que determina hoje o fracasso da paz”, disse. Jadallah reafirmou que o povo palestino, seus agricultores e intelectuais estão seriamente comprometidos com o processo de paz.

Delegados do Congresso da FUP, durante a abertura do eventoDelegados do Congresso da FUP, durante a abertura do eventoRecepção calorosa

Os cerca de 400 delegados foram recebidos inicialmente por uma saudação do coordenador do sindicato anfitrião. “É com grande satisfação que recebemos a categoria petroleira em nosso estado, num ano que nosso sindicato completa 30 anos em novembro. Num momento, que atravessamos de uma campanha eleitoral onde o PIG e a direita vão fazer de tudo para tomar o poder, os petroleiros se reúnem para traçar os rumos da categoria”, disse o presidente do sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte, José Araújo.

Outro potiguar que saudou os delegados foi o integrante do Diretório Estadual do PT do Rio Grande do Norte, Luiz Carlos Silva. “Sediar um congresso nacional dos petroleiros no Rio Grande do Norte é um grande sonho, especialmente agora quando estamos em um momento em que precisamos lutar contra o retrocesso do País. Precisamos estar na vanguarda da defesa do projeto que está mudando o Brasil, ao mesmo tempo em que avaliamos os erros que cometemos”, afirmou.

O presidente do PCdo B, Antenor Roberto, saudou a mesa e todos os presentes e falou da honra que é participar da abertura de um evento classista de uma categoria resistente. “Quero finalizar falar ao povo brasileiro da importância da Petrobrás, que representa duas garantias constitucionais, a educação e a saúde, a partir da exploração de nossa riqueza natural que é o petróleo. Viva a Petrobrás, viva seus trabalhadores”, disse Antenor.

Sindicalismo e cidadania

Representante do Instituto Paulo Freire, o professor Paulo Roberto Padilha lembrou o “papel central de articulador que a FUP desempenha como o que chamamos de alma do processo, nas atividades do Mova Brasil. Sem a Federação, na interlocução com a Petrobrás, não conseguiríamos atingir tantos estados brasileiros com este trabalho”. O instituto, junto com a FUP e a Petrobrás, coordena o programa Mova Brasil, de alfabetização de adultos, que completou dez anos.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Paulo Cayres, lembrou que metalúrgicos e petroleiros sempre estiveram juntos na luta. Lamentou o acidente que vitimou Eduardo Campos, porque, para Cayres, a disputa deve se dar no voto. “Vamos responder à direita com a vitória nas urnas e a continuidade desse projeto de governo” – afirmou.

O Coordenador do Movimento de Atingidos de Barragens, José Josivaldo saudou a FUP pelo convite às delegações internacionais da América Latina e da África. “Só com a solidariedade internacional é que os trabalhadores terão avanços. Um exemplo de aliança que deu certo foi do MAB e da FUB, que une a classe trabalhadora do campo e da cidade em prol de uma plataforma de desenvolvimento que tem como base a energia brasileira”, colocou.

Em seguida o diretor da CNQ, Itamar Sanches, lembrou que a categoria petroleira tem que tomar posição aqui nesse Congresso e reforçar o apoio à Presidenta Dilma e ao seu projeto. “Nós temos lado, e é desse projeto que trouxe o desenvolvimento para o país nos últimos anos”, afirmou.

Jorge Almeida, um dos diretores da IndustriALL Global Union na América Latina, entidade que reúne representações dos trabalhadores do sistema Petrobrás pelo mundo, ressaltou o papel da Federação Única dos Petroleiros na internacionalização da organização dos trabalhadores da companhia. “O último sucesso foi o reconhecimento da Global como representante das entidades sindicais dos trabalhadores. Isso é fundamental para a luta contra a terceirização e a precarização. Não há empresa sustentável quando não há trabalho digno. A FUP está de parabéns pela articulação que faz em busca da solidariedade internacional entre os trabalhadores”, disse.

Dirigente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiras), Divanilton Pereira, avaliou que o momento é de realização de um movimento cívico, e não apenas uma pauta de reivindicações. Ele chamou a categoria petroleira a estar “mais uma vez na vanguarda da luta contra o retrocesso, também se referindo, como outros oradores na solenidade de abertura, à necessidade de reeleger Dilma Roussef na Presidência da República. “A burguesia brasileira fará de tudo para voltar ao poder”, advertiu.

Representante da Secretaria de Políticas para mulheres do Governo Federal, Tatau Godinho, falou em nome da presidenta Dilma. “Esse é um encontro que é central para o desenvolvimento econômico do país, não apenas pelo papel dessa categoria e pelo que representa de positivo na construção de um país com autonomia energética e econômica, mas também pela simbologia de luta na sociedade brasileira. Espero que essa categoria que tem a capacidade de discutir e manter esse projeto para o povo brasileiro, consiga dar o exemplo e diminuir as desigualdades entre mulheres e homens”, afirmou.

O diretor de investimentos da Fundação Petros, Newton Carneiro, lembrou a característica da categoria petroleira de se articular com outras categorias, destacando o papel histórico desempenhado pela parceria, por exemplo, com bancários e metalúrgicos. Ele também destacou que o Confup acontece em um momento político muito especial, quando não apenas é necessário buscar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, mas também lutar internamente na Petrobrás, “que ainda está cheia de gestores contrários às mudanças que queremos”.

Classe trabalhadora é internacional

Antes da última intervenção da noite, que foi feita pelo convidado especial Mohammed Mousa Jadallah, petroleiro da Palestina que representou a delegação internacional no Confup, o coordenador geral da FUP, João Antônio Moraes, fez uma análise da conjuntura política brasileira e também lembrou a oportunidade histórica de dar um salto na organização internacional dos trabalhadores.

No plano nacional, não descartou a necessidade de realizar, ainda neste ano, uma grande manifestação em defesa da Petrobrás, em razão dos ataques “da direita golpista” contra a empresa. No exterior, lembrou o filósofo Karl Marx, em relação à característica da classe trabalhadora, se ser essencialmente internacional. “Travamos muitas lutas nacionalistas para construir a Petrobrás e o Brasil, mas a categoria petroleira sabe que a classe trabalhadora é mundial”, finalizou.

Fonte: FUP